Theo Jansen
Theo Jansen é um escultor Holandês que faz objectos que parecem bichos e movimentam-se pela acção do vento e da água.
Aqui se reunem pessoas, animais, insectos, plantas e outros, que acreditam num mundo melhor e que, sendo optimistas ajudarão a construir outra coisa para além desta
Theo Jansen é um escultor Holandês que faz objectos que parecem bichos e movimentam-se pela acção do vento e da água.


Hoje falo da vida, porque uma pessoa querida morreu. Trabalhei com ele acho que faz já 16 anos, e hoje soube que nos deixou... Não tenho muito a dizer, apenas que morreu fazendo o que mais gostava, arquitectura, e por ironia do tal destino, enquanto construia a sua própria casa...
Grão a grão de faz uma chispalhada, ou de grão a grão se gera a confusão.
E sobre todo este buliço em volta selecção, reli e descobri uma frase do Carlos Drummont de Andrade sobre o muito que se tem falado;
Quem anda por esse país fora, já deve reparado na quantidade de bandeiras lusas que populam por essas janelas, varandas, balcões, marquises, tejadilhos, antenas, enfim tudo serve para se embandeirar em arco. Nada de novo até aqui. Mas hoje apercebi-me de algo... se calhar foi só uma associação estranha... que a quantidade de bandeiras, e salvo as devidas excepções, é proporcionalmente inversa à suposta riqueza monetária dos agentes bandeirantes. Não tenho visto muitas bandeiras em bairros "bem" ou carros de alta cilindrada, ao passo que quanto mais "pobre" em termos monetários, entenda-se, é o local, mais bandeiras existem, chegando até ao cúmulo de parecerem competir nas janelas. Então em bairros sociais é impressionante o despertar de cor. Com isto, sou levado a concluir que a maioria das pessoas que têm menos dinheiro, são mais óptimistas e crentes. Eu sei que esta não é uma grande conclusão, mas nunca tinha pensado nela em termos de significação social. E assim posso começar a recrutar entre aquela gente tão optimista pessoas para mudar o nosso país e torná-lo melhor. Talvez os decisores politicos e financeiros, é que fazem com que este país pareça pouco optimista, pois neles não se vêm grandes bandeiras apelando a um sentimento de unidade. Mas com isto resta-me uma, entre várias dúvidas, será que os remediados sabem alguma coisa da iconografia da nossa bandeira? E os Srs Drs e agentes abastados, saberão eles também o seu significado? AQUI
No início, dizem, era o verbo. Não consta pois que nesse já longínquo início houvesse o jogo e com ele todas as suas maleitas. No entanto a necessidade criou o engenho e do engenho se tirou água que muita sede matou, mesmo que algumas só tivessem ficado moribundas. Mas dessa necessidade existente do jogo, houve uns que se destacaram e se afirmaram. Hoje, neste presente afirmativo há um que nos domina. O nativo, pode não se ter juntado ao Império Romano que tanta morte e riqueza trouxe, mas por certo não negou o seu domínio. Hoje o jogo é outro. Não quero discutir as suas origens, se chinesas, se inglesas ou se Aztecas. No fundo o mundo é redondo e o objectivo do jogo é também baseado num objecto de cariz redondo, que alguns chamam O Esférico. Neste canto do CAOS, o seu membro Capitão também ele se sente afectado por esta onda de optimismo selectivo. Tem uma virtude esta paranóia, esta anestesia festiva, a de nos fazer acreditar que somos capazes de fazer alguma coisa. Mesmo que seja apenas acreditar que uns tantos homens vestidos de calções a correr atrás de uma coisa redonda a tentar meter a dita coisa num buraco aberto só por um dos lados nos podem fazer sentir melhores e mais felizes. Confesso, que nunca imaginei que as drogas legais viciassem tanto com as não legais. Para quem gosta do jogo pelo que ele tem de belo, este é de facto um belo jogo. 22 homens a correr atrás do tal esférico, mais Vejamos então esta grande festa apenas como aquilo que ele é, um jogo belo e de regras simples, como o deveriam ser algumas coisas da vida. Temos, como se diz, equipa, só precisamos de acreditar que podemos chegar à vitória e que tanto grito e berraria farão sentido. Mas se isso não acontecer, só nos resta uma coisa, continuar OPTIMISTA.
Esta coisa não era bem para ser assim, mas tal qual como o tal jogo, ah o Futebol, e como a bola é redonda, olha saiu “def’rente”.
E se alguém não souber o que é um golo, não me venha aqui perguntar… siga para canto.
PS: à menina Rubío dos erros de sim-tá-che e orto gráficos, faça um favor a si mesma, nunca mais cá volte, e não perca tempo connosco que eu prometo perder algum consigo.
E estamos à espera de quê? De Godot talvez, esperando, esperando, alguém.
Da última viagem decorrida, a Marrocos, uma coisa me ficou daquele vendedor e simpáctico, porque tem que vender, povo. Não há nada que não se possa arranjar. Ou seja, tudo se consegue, num misto de desenrascanso com uma ponta grande de oportunidade. Talvez será o facto de serem um, ou melhor, muitos povos que habitam um espaço nem por isso tão comum, que faz com que uma das sensações com que fiquei foi a de que ali tudo se consegue fazer, mesmo viver no deserto. Há sem dúvida muito espaço e tempo que nos separa dos nossos "amigos" de Marrocos, mas a porta norte de entrada e saída de África é sem dúvida um país a ver e a rever, com calma, e sem os olhos de turista apressado a tirar fotos e a comprar souvenires. Ali há toda uma massa humana que trabalha fazendo o que for preciso, e ali tudo se consegue. Nunca os ouvi dizer isso não há, ou está fechado, ou aquilo não funciona. Naquele país a sensação que fica é que tudo pode ser feito, mas faltando em muito casos aquilo que nós europeus chamamos o essencial. São por natureza um povo, pareceu-me, optimista, porque senti nas suas pessoas uma alegria de vida e uma vontade de viver o presente. Naquele país onde as pessoas parecem estar em toda parte, mesmo nos sítios mais improváveis, tudo se move, talvez noutra direcção, noutro caminho. E como dizem por lá, «inschallahh» que as coisas melhorem, porque merecem. Aqui, quando se volta, é bom sentir que estamos apesar de tudo, na Europa, mas isso já nós sabemos há muito.